Cultura

Execução pública de Anne Askew, em 1546, na xilogravura de Robert Crowley

A nova inquisição e as novas bruxas

O ano é 1022. A cidade, Orleans, na França. O fato, o lançamento do Tribunal Público contra a Heresia, possivelmente o primeiro dos tribunais do que ficou conhecido como Inquisição, o conjunto de instituições criadas no âmbito da Igreja Católica para evitar a dissidência e seus ativistas, os hereges. O horror inquisitorial atingiu o seu auge no período da Contrarreforma, o movimento de reação às diretrizes da Reforma Protestante. Por quase toda a Europa, por muitos anos fogueiras arderam como arma de guerra e assassinato contra homens e mulheres que ousavam questionar os dogmas católicos. Caso da poeta britânica Anne Askew, executada em praça pública em uma região de Londres a 16 de julho de 1546. De inclinação anabatista, um …

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Toda atenção no Congresso Nacional será pouca nos próximos anos (Foto Adriano Rosa)

Pós-pandemia e Bolsonaro, qual o rumo do Brasil?

As pandemias levaram a grandes transformações, geralmente a médio e longo prazos, mas sempre de grande magnitude. A chamada Peste Negra abriu as portas para um grande questionamento sobre a Igreja Católica e, portanto, para a futura Reforma Protestante e o Renascimento. A Gripe Espanhola contribuiu para imensas mudanças sobretudo na Europa, que infelizmente levaram depois à Segunda Guerra Mundial. Os impactos da pandemia de Covid-19 não estão muito claros ainda. Um deles foi a aceleração da digitalização da economia. Em termos culturais ainda é cedo para mensurar. Mas e o Brasil, que além do Sars-CoV-2 teve que enfrentar a barbárie do bolsonarismo? Foi muita tragédia junta, em pouco espaço de tempo. Ainda vai demorar anos, talvez décadas, para termos …

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Campinhos em todo Brasil, territórios de histórias de terra e coração. Em que campo joga o Brasil? (Foto José Pedro Martins)

2022, a morte do Brasil ingênuo e sorridente?

A morte de Pelé neste 29 de dezembro de 2022 encerra um ciclo e talvez vários. O gênio do futebol se vai no mesmo ano que Erasmo Carlos e Gal Costa e logo depois de mais um fracasso da seleção canarinho (sim, cabe ironia). Acho que não é por acaso que tudo isso acontece nos estertores do atual governo federal, cuja sequência de expressões de barbárie colocou definitivamente por terra um monte de mitos sobre a identidade do Brasil e dos brasileiros e brasileiras.  O país não é, mesmo, aquele risonho, até certo ponto ingênuo, das décadas de 1950 a 1970 que, ditadura no meio, mas com Bossa Nova, Brasília, Cinema Novo, Tropicalismo e Tricampeonato Mundial, colocaram o Brasil no …

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Meirelles, Victor (1832 - 1903)
 	
Primeira Missa no Brasil , 1860
—leo sobre tela
268 x 356 cm
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ)
Reprodu‹o fotogr‡fica Lula Rodrigues

A destruição ambiental no Brasil, no livro 16 com meu nome

“História e meio ambiente – O impacto da expansão europeia” é o livro de número 16 com o meu nome. Foi publicado pelo Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA), sediado em Funchal, na Ilha da Madeira. São vários autores e o meu texto “Portugal e a devastação ecológica no Brasil” relata um pouco da trajetória de destruição ambiental após a chegada dos portugueses, em 1500. (A foto em destaque é do famoso quadro A primeira missa no Brasil, de 1860, pintado por Victor Meirelles) Conhecer a Ilha da Madeira foi uma de minhas maiores descobertas. Um lugar deslumbrante em termos naturais, não sendo à toa que é tão procurado pelos turistas. Mas acima de tudo muita história. A …

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Farsa no Mercosul, de 1996, meu nono livro

A defesa do Mercosul dos povos em meu nono livro

“Farsa no Mercosul” é o meu nono livro, publicado em 1996, por Edições Independentes. O Mercosul ainda era recente, O Tratado de Assunção é de 1991, pelos fundadores Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Eu defendo no livro que a integração regional deveria ocorrer sobretudo nas esferas ambiental, cultural, educacional e científica e tecnológica, antes que a econômica. A capa do livro, que considero magistral, é do Ricardo Cruzeiro, um dos maiores artistas plásticos brasileiros. E o prefácio, do argentino Miguel Grinberg, um dos maiores nomes do ambientalismo e da cultura na América Latina (grande especialista em rock, amigo de Thomas Merton, Allen Ginsberg e de quase todos membros da geração beat!) Ou seja, honra dupla para o autor de “Farsa …

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