Artigos Recentes

Brasília: olhos voltados para lá, sempre (Foto Adriano Rosa)

60 anos da Brasília que eu aprendi a amar quando morei e trabalhei nela (na hora mais inteligente do país)

Seus imponentes edifícios, particularmente da Praça dos Três Poderes, são o espelho das nossas iniquidades. Essa imagem de Brasília, muito cultivada através dos tempos, também era a minha até que fui trabalhar lá como correspondente da Agência Ecumênica de Notícias no momento mais inteligente do país: os anos de 1987 e 1988, quando estava sendo escrita a Constituição que agora alguns querem derrubar. Uma experiência que mudou minha visão sobre a capital que acabou de completar 60 anos, no último dia 21 do sombrio abril de 2020. E mais, ajudou a moldar meu olhar sobre o jornalismo e sobre o Brasil. Claro, Brasília representa muito do que é o Brasil, com todas as suas desigualdades. A poucos quilômetros do Palácio …

Leia Mais »
Sessão do Tribunal Permanente dos Povos em setembro de 1988 em Berlim (Foto José Pedro Soares Martins)

Como será a economia mundial depois da pandemia

Companhias aéreas em pânico. Em um mês, mais de 20 milhões de norte-americanos perderam o emprego. No Brasil, o tamanho da catástrofe ainda está longe de ser mensurado. Além das perguntas principais, sobre como o planeta continuará enfrentando a pandemia em termos médicos, e sobre quando chegarão a vacina e o tratamento mais eficiente, uma indagação que já escurece o horizonte é a respeito da economia planetária depois, ou com, a COVID-19. Não posso deixar de lembrar, nesse momento, dois eventos que cobri em setembro de 1988 em Berlim Ocidental: a reunião anual do FMI-Banco Mundial e o Tribunal Permanente dos Povos, que avaliou justamente as políticas dessas duas instituições. Mas o que dois fatos tão distantes têm a ver …

Leia Mais »
Seca no Nordeste, uma das  imagens mais presentes na distopia brasileira (Foto Adriano Rosa)

A distopia chega à Academia Brasileira de Letras

A notícia de que Ignácio de Loyola Brandão chegou à Academia Brasileira de Letras teve o destaque costumeiro na imprensa, mas acho que um aspecto passou meio desapercebido, considerando o contexto em que todos estamos imersos. A instituição que é símbolo da tradição literária-cultural tupiniquim recebe o autor de Zero, Não verás país nenhum e outras obras que são pura distopia. O país que já foi a utopia pura para idealistas europeus transformado em inferno pelas mãos de oligarquias que teimam em queimar os dedos para não perder o poder. Claro que a literatura brasileira é a soma da esperança e do desencanto. Não são apenas rosas, mas muitos espinhos machucando a carne viva do nosso povo. A narrativa Brasil …

Leia Mais »
Toda atenção no Congresso Nacional será pouca nos próximos anos (Foto Adriano Rosa)

De lama em lama o Brasil faz a sua má fama

Nada mais simbólico do que ocorre hoje no Brasil de certas esferas do que um mar de lama. E veio onde se esperava que viesse. Na falta de uma punição de fato, exemplar, ou ao menos apenas cumprindo a lei, no caso de Mariana, nova tragédia no mesmo estado, no mesmo segmento econômico, desta vez em Brumadinho. A cidade cada vez mais conhecida em todo mundo por sediar o Inhotim agora esta na mídia internacional por mais um gigantesco rompimento de barragem da Vale, com número ainda não sabido de vítimas fatais. E a barragem nem estava entre as 45 que, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), em relatório do final de 2018, eram as mais vulneráveis a rompimento, …

Leia Mais »
O que sobrou da árvore querida (Fotos José Pedro S.Martins)

A morte da figueira e a dor no coração

Parem tudo, parem o mundo se for possível, pois mais uma árvore caiu no Centro de Convivência. No coração do Cambuí, no meu coração, uma dor profunda porque não é a primeira vez que acontece, no mesmo território destinado ao bem estar, ao estar com. Pouco antes do Natal de 2014, foram outras duas árvores enormes, tombadas após fortes chuvas. Uma “operação de guerra”, informou esta Agência Social de Notícias (aqui), foi montada para a retirada da maior delas.  Motosserras, caminhões, muitos homens mobilizados para o deslocamento dos grandes galhos que durante muito tempo transportaram a seiva da vida. O ritual foi repetido agora, para o carregamento dos restos mortais da figueira que ali reinava, linda, acolhedora. Motosserras, caminhões, muitos …

Leia Mais »