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Crédito: Divulgação/Mascotas Puerto Madero Adopciones Responsables

O amor sempre embarca

Facilita em muito a história em si ser real e ter bombado na internet, replicada por sites noticiosos de responsa: aeromoça alemã e vira-lata argentino desenvolveram um caso de amor e, de tanto o bicho colar o focinho carente na porta envidraçada do aeroporto de Buenos Aires, a garota o adotou e levou pra morar com ela na Alemanha. Agora, vem a parte difícil: cismei de contar a história do ponto de vista do cachorro. Como estou longe de me ombrear com os talentosos Esopo e Walt Disney, peço desculpas antecipadas — principalmente à comunidade canídea — pelas minhas tosquices de sotaque. Isto posto, me arrisco… Hola. Yo era un perro sin dueño de Buenos Aires y ahora me llaman Rubio. Creio que nem preciso salientar o quanto de fome e sede eu sentia todo santo dia. Até que naquele …

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Na pele do poeta, Rhys Ifans dá um show de interpretação; poucos reconhecem o amigo amalucado de Hugh Grant no filme “Um Lugar Chamado Notting Hill”    Fotos: Divulgação

O dia em que Dylan Thomas bebeu até morrer (literalmente)

Houve um tempo em que poetas eram celebridades como hoje são as estrelas do rock. Atraíam multidões, especialmente mulheres, em apresentações para plateias ansiosas para absorver suas palavras e, enfim, vê-los e ouvi-los frente a frente. Uma dessas grandes estrelas foi o galês Dylan Thomas que, no início dos anos 1950, fez um tour pelos Estados Unidos para declamar seus poemas. O desfecho dessa história, de final trágico, é contada em “Dominion”, do diretor Steven Bernstein. O filme, um dos 266 títulos em exibição no atual 18º Festival de Cinema do Rio, foca no último dia da vida de Dylan Thomas, um dos grandes nomes da poesia de língua inglesa, que influenciou a geração beat e, posteriormente, “batizou” Bob Dylan (o músico Robert Zimmerman adotou o nome artístico de Dylan em homenagem ao poeta). Thomas, que estava há alguns meses …

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Crédito: Gustavo Montes de Oca/creativecommons.org

Pisem no breque!

A tripulação e a numerosa massa de passageiros estavam eufóricas, justificadamente: afinal, venceram a maior parte dos 1,4 mil anos-luz entre o mundo natal e o planeta alvo. A arca estava em órbita de um planetão gasoso e inóspito no limiar de um sistema solar mais jovem, coisa de 2 bilhões de anos, que o velho sol deles, mas que abrigava aquele mundinho tão adequado que, apesar de ser 40% menor e 5 vezes menos massivo do que o velho lar, é um corpo rochoso, dotado de atmosfera densa, com muita água. E, principalmente, habitado e administrado por uma espécie humanoide e suficientemente inteligente. Tudo favorável ao contato e ao acolhimento. O povaréu da arca até se animou a entoar para os deuses cósmicos uma oração de agradecimento aos cientistas do mundo natal: afinal, a proeza só se concretizara após …

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“No Fim do Túnel”, escrito e dirigido pelo argentino Rodrigo Grande, tem o galã Leonardo Sbaraglia como protagonista     Fotos: Divulgação

Cinema argentino acerta no suspense em “No Fim do Túnel”

Filmes sobre planos mirabolantes de roubos a bancos não são exatamente uma novidade. Mas volta e meia retornam e muitas vezes com um toque original. “No Fim do Túnel” (Al final Del túnel), escrito e dirigido pelo argentino Rodrigo Grande, consegue inovar e mexer com os nervos do espectador, principalmente por causa do inusitado protagonista, um recluso homem preso a uma cadeira de rodas vivido pelo galã argentino Leonardo Sbaraglia. Sbaraglia, que esteve no recente Festival de Gramado com “O Silêncio do Céu”, já comentado nesta coluna, tem sido apontado pela imprensa especializada como “o novo Ricardo Darín”. Conhecido por aqui por causa de “Relatos Selvagens”, da sequência em que dois homens se enfrentam numa briga na estrada, tem mostrado atuações marcantes, como em “O Silêncio do Céu”, no papel do marido que vê a esposa (Carolina Dickman) ser estuprada …

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A pedra que veio do nada

De repente, quem diria, a vida de Ambrósio mudou. “O que aconteceu, meu Deus? O que estava acontecendo comigo?” se perguntava. Parecia uma praga invertida que atravessara sua vida. Ambrósio estava aliviado por um lado e angustiado por outro. Afinal, depois de tanta desgraça, vinha aquele tempo de calmaria. Ele olhava para o céu e questionava: “Para, não vem mais com novidade? Você é safado”! Não veio mais novidade. Ele já começara conversar com o mundo para que ele lhe explicasse como tudo de ruim poderia aparecer por tanto tempo e sumira num instante, sem explicação. Esse tudo era tudo mesmo. A escova de dente caía com a pasta lambendo o chão. O mesmo acontecia com o cachorro quente – e lá ia salsicha e todo o molho que fizera com suor danado. Até o cachorro, o único ser do …

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