A vida é movida a “primeiras vezes”, assim mesmo, no plural, quando somos obrigados a experimentar tantas e tantas novas situações diferentes ao longo da nossa existência. Uma ou outra dessas primeiras experiências serão primordiais para definir quem somos e para onde vamos, se é que há resposta para tais questões. Tem o primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira gravidez. “Noite de Verão em Barcelona”, estreia na ficção do diretor catalão Dani de la Orden, faz um recorte poético, e divertido, de algumas “primeiras vezes” em apenas um dia. Mas não é um dia qualquer.
É 18 de agosto de 2013 e toda Barcelona está com os olhos voltados para o céu para ver a passagem do cometa Rose. O filme mostra a espera do cometa de alguns desses moradores da bela cidade catalã, explorada com todas as suas luzes e sombras, suntuosidade e modernidade, entre o drama e o riso, e com boa direção de câmera. Praticamente todo falado em catalão, o roteiro abraça vários públicos ao tratar do amor em seis histórias bem amarradas.
Há o pré-adolescente que sonha com o primeiro beijo e conta com a ajuda de sua irmã para conquistar a garota que acompanha pelas redes sociais; o casal de namorados que descobre uma gravidez inesperada durante uma visita aos cunhados, pais de primeira viagem ainda traumatizados; um grupo de amigos durante um jantar revelador de sentimentos e memórias, quando mais do que nunca aquela velha história do “e se…” dá nós na garganta. “E seu eu tivesse casado com ele(a)?”
Há dois amigos que disputam a mesma garota influenciados por uma traiçoeira amiga em comum sem saber que ela é gay e um outro episódio bem interessante, no mínimo corajoso, ao situar os dilemas de um recém-contratado jogador de futebol do Barcelona que hesita em revelar que namora outro jogador. E, finalmente, há um episódio comovente sobre reencontro, quando em sua última noite na cidade um rapaz revê sua primeira namorada. Neste, Barcelona e suas ruazinhas estreitas combinam as luzes da madrugada para que o clima romântico fique perfeito.
A noitada com direito a passagem do cometa está garantida com um roteiro ágil, apesar de alguns clichês. O desenrolar dos fios das seis histórias é divertido, romântico, terno e até engraçado. Depois de uma primeira vez vem sempre outra primeira vez e assim vamos vivendo, de cometa em cometa.
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