Artigos Recentes

Crédito: Hotagrami/creativecommons.org

Ele também cresceu

Deu a última lambida na cria: sim, o paper estava finalmente nos conformes das exigências do 3º Congresso de Novas Abordagens na Psicologia Infantil, no qual seria apresentado, e cuja data tanto se avizinhava. Ufa! Aquilo demandara dois árduos anos de estudos e pesquisas até que tivesse o rigor pra impulsionar sua carreira acadêmica. Na “lambida” final, focou com atenção redobrada trechos cruciais do texto que buscava lançar luz sobre o fenômeno popularmente conhecido como “amigos imaginários”, algo que se verifica geralmente com crianças entre 3 e 7 anos, porém às vezes se prolonga um pouco mais. O paper começava por se render ao óbvio: todos nós, independentemente da idade ou status intelectual, vivemos tempos em que conversar com gente que nunca vemos não é nada incomum; perambulamos por mídias sociais e trocamos informações e segredos com pessoas com quem …

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Foto Martinho Caires

Plano Diretor de Campinas: estratégia de desenvolvimento e cidadania

Cidadania, uma palavra muito falada na atualidade, ao mesmo tempo em que, muitas vezes, se perde no meio de tanta informação, caindo no vazio – o que ela significa realmente? A sua origem vem do latim civitas, que quer dizer “cidade”, usada desde a Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa tinha ou poderia exercer. Segundo Dalmo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. (In: Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998, p.14) Se quisermos ter um país mais justo, precisaremos trabalhar incansavelmente para adquirir novas conquistas. Demos …

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O cineasta irlandês Ken Loach venceu, aos 80 anos, a Palma de Ouro de Cannes 2016 com “Eu, Daniel Blake”, sobre o drama de um cidadão que um dia precisa da ajuda de seu governo

“Eu, Daniel Blake”, um drama que poderia ser meu, seu, nosso

Poderia acontecer com qualquer um. Em “Eu, Daniel Blake”, vencedor da Palma de Ouro de Cannes 2016, que finalmente chega aos cinemas, o cineasta irlandês Ken Loach retrata o drama de um cidadão que um dia precisa da ajuda de seu governo. E não será fácil. Há a falência do Estado, o descaso do funcionalismo público, o desprezo do ser humano, mas ainda existe, ufa, um pouco de bondade. “Somos todos Daniel Blake”, parece gritar o diretor, que, aos 80 anos, segue firme em seu cinema ativista que lhe rendeu, em 2006, sua primeira Palma de Ouro por “Ventos da Liberdade”. O drama de Daniel Blake (Dave Johns) é universal. Poderia ser meu, seu, de qualquer um de nós. O personagem, morador de Newcastle, é viúvo, tem 59 anos, trabalhou a vida toda de carpinteiro e sempre pagou seus impostos. …

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Crédito: Dafne Cholet/creativecommons.org

Sob a maldição das agendas fantasmas

Uns admitem mais abertamente, outros nem com reza brava, mas a verdade é que esse lance de “resoluções de ano novo” é o caô coletivo/histórico/cultural mais deslavado que existe. A megadieta prometida ao deus Narciso sobrevive só o tempo suficiente de a comilança do fim do ano que passou fazer digestão; como academia todo dia, com essa chuvarada de verão?; melhorar o mau gênio de que jeito, se todos os crápulas da sua vida resolveram, mais uma vez, formar uma superliga contra você? Breque no cartão de crédito vira missão impossível, porque descobrimos que aquela merdinha de plástico tem vida própria. Bem, já deu pra notar que sou do time dos que admitem o caôzão. A minha vergonha extra, entretanto, é que, como sou um cara das antigas, daqueles afeiçoados a papel, sempre tive a mania de registrar minhas “resoluções” …

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Crédito: Chip Harlan/creativecommons.org

A ciência e as resoluções de ano novo

Deixei de respeitar a ideia de “resoluções de ano novo” há muito tempo. Mas, até há pouco, continuava reverenciando a ciência. Se eu não tivesse cismado de misturar as duas coisas, poderia muito bem ter evitado aumentar meu poço de ceticismo. Já reparou que todo regime pra emagrecer fracassado começa num dia emblemático? Segundas-feiras, entrada do inverno (pra ficar sarado até as temporadas quentes) e — claro — inícios de anos. O calendário é a Babilônia dos auto-iludidos. Sem querer justificar a minha fraqueza, mas tentando justificar mesmo assim, creio que o que derrubou minha fortaleza já no alvorecer do ano passado foi uma doída puxada de orelha que levei de meu médico, devidamente reforçada por um mapa de pressão arterial estratosférico e um hemograma no qual o colesterol era sucesso de bilheteria. Aí, bastou um empurrãozinho da notícia publicada …

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