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Da esq. para dir.: Donatello, Michelangelo, Leonardo e Raphael em “As Tartarugas Ninja Fora das Sombras", chegam a brigar pela possibilidade de se tornarem humanas

Está louca? Tartarugas Ninja na capa do caderno de Cultura?

Elas nasceram nos quadrinhos underground, eram sombrias e violentas, em preto e branco, no melhor do pior estilo tosco, quase uma piada de mau gosto, na metade dos anos 1980. Poucos conheciam as tais “Tartarugas Mutantes Adolescentes Ninja” até que o filme foi lançado, em 1990. Fanática por gibis, e graças aos amigos mais underground, me divertia com Donatello, Michelangelo, Leonardo e Raphael. Demorei algum tempo até convencer o editor do jornal onde começava minha carreira de que a estreia de cinema merecia a capa. “Está louca? Tartarugas Ninja na capa do caderno de Cultura”? Na época, o filme tinha entrado para a história como a produção independente que mais tinha faturado até então. Tinha custado US$ 13 milhões e arrecadado mais de US$ 200 milhões. Era um fenômeno cultural, argumentei. O primeiro filme se resumia a contar a origem …

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Bife entrou em cena

Olhando bem para ele, e ele para nós, era isso mesmo: gostamos da cara um do outro. Não sei de quem veio o nome, se de mim ou de minha mulher. Apesar de orelha rasgada por uma briga de rua, ele de fato era um Boxer diferente. Era o Bonitão. E ficou assim. Bonitão foi achado numa dessas casas de animais abandonados pela vida. E batemos os olhos na turma. Entre os que eram oferecidos, nenhum deu bola muito grande pra gente. Salvo um deles, o da orelha abalroada. Na verdade, ele que nos escolheu para sermos seus parceiros. Parecia que ele estava adivinhando que iríamos para a casa nova, e ele junto. Só não sabia que logo chegaríamos à casa que era quase vizinha da que eu vivera minha infância, há trinta anos. Foi para lá que fomos eu …

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Jean-Michel Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês          Foto: Divulgação

Crítico de cinema? Mas isso é uma profissão?

O francês Jean-Michel Frodon conta que, um dia, um taxista lhe perguntou sua profissão. “Sou crítico de cinema”, respondeu. “Mas isso é uma profissão?”, questionou o taxista. Frodon, um dos mais respeitados críticos de cinema da França, abriu nesta sexta-feira (10 de junho), no Rio de Janeiro, a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, que terá programação em 50 cidades, com uma master class sobre o seu ofício. Tive o prazer de estar na plateia, junto com alguns dos mais conhecidos críticos do Brasil e entusiastas da sétima arte, e acompanhamos atentamente sua “aula de mestre”. Foi lição em cima de lição. O francês, que foi diretor de redação da revista Cahiers du Cinéma de 2003 a 2009 e é autor de diversos livros sobre cinema, foi inspirador. Lembrou que, a cada semana, quando novos filmes são lançados, são as pessoas que escrevem sobre eles as responsáveis …

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Em seu terceiro longa, Sandra Kogut retrata a aventura de uma mulher da Zona Sul pelo subúrbio carioca da cidade maravilhosa    Fotos: Divulgação

A felicidade mora longe

No Rio de Janeiro toda a gente espera. No caos de uma cidade que se tornou um canteiro de obras, primeiro com a Copa do Mudo, depois com os Jogos Olímpicos, a expectativa de dias melhores move o ir e vir, sempre muito tumultuado, de quem (sobre)vive na cidade dita maravilhosa. A pequena Rayane e seu irmão Ygor esperam a mãe que os deixou em frente a um prédio na endinheirada Zona Sul dizendo que voltaria logo. Nas mãos, a garota aperta um papel, com o endereço de dona Regina. É nesse encontra e se desencontra enquanto se espera que se desenrola “Campo Grande”, terceiro longa de Sandra Kogut. No filme, Ygor e Rayane são interpretados por Ygor Manuel e Rayane do Amaral, crianças que atuam com uma beleza e uma firmeza no olhar que impressionam. Assim como em seu …

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O filme islandês "Desajustados", do diretor Dagur Kári, sobre o quarentão obeso e solitário Fúsi, já ganhou três prêmios no Festival de Tribeca em 2015, por melhor narrativa, roteiro e ator Gunnar Jónsson (foto)    Fotos: Divulgação

A dança dos desajustados

A vida sempre nos apresenta novos caminhos, mas, geralmente, por medo ou preguiça, paramos em algum ponto e não saímos mais dali, metidos na tal da zona de conforto. É o que aconteceu com o grandalhão Fúsi (Gunnar Jónsson), que todos os dias come sucrilhos no café da manhã, vai trabalhar no setor de bagagens do aeroporto, volta para casa, dedica-se ao hobby das miniaturas da Segunda Guerra Mundial, e assim a vida vai passando. Aos 40 e poucos anos, ainda virgem, é tímido, bondoso e carrega em seu corpanzil toda a gentileza do mundo. Fúsi é o protagonista de um belo, singelo e imperdível filme da Islândia que tem feito sucesso no circuito alternativo com o terrível título de “Desajustados”. O título original do filme é justamente Fúsi. Para a questão sobre quem é “ajustado” ou “desajustado” nessa história …

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