Caminhar pelas ruas da cidade ou pelas trilhas de nossas áreas rurais nos faz sentir pertencentes a paisagens lúdicas, bucólicas, cheias de vida, muitas vezes alegres, outras tristes, e que parecem estar ali só para nos desafiar a prosseguir para descobrir emoções novas, a beleza, o prazer de viver.
O início é sempre lento, no passo a passo, mas depois vamos nos perdendo num mundo de sons, cheiros, emoções, até sentirmos alguns limites que nos fazem parar e refletir sobre o que impede de prosseguirmos.
São essas emoções que a cidade passa e são com elas que convivemos em nosso dia a dia.
E aqui faço minhas primeiras indagações: Será que paramos por vontade própria ou existe alguma barreira que nos impede de prosseguir?
O que a cidade nos revela?
O que nos faz desviar quando vemos uma praça tomada por moradores de rua dormindo ao relento, talvez embriagados ou drogados, desocupados? Medo, repulsa, indiferença, compaixão, amor?
Qual sentimento de pertencimento de lugar passa dentro de nós quando vemos nossos iguais sem um lugar digno para viver, sem o mínimo de esperança no olhar e entregues à própria sorte, como se apenas esperassem a morte chegar.
Pois pouco ou nada resta a um embriagado/drogado, a não ser esse fim trágico bem na frente de nossos olhos.
Que cidade é essa que, apesar de rica, continua gestando cidadãos páreas da sociedade?
Onde está a fronteira demarcada que cria essa separação?
Essa provavelmente não é uma cidade saudável para seus cidadãos.
As barreiras estão aí na nossa frente, só não as vemos, mas existem, e crescem.
Quando falamos de sustentabilidade, de planejamento, de cidadania, falamos do visível, mas temos que enxergar além e trazer o “invisível” também para dentro da nossa realidade.
Não dá para flanarmos e devanearmos como no século XIX, imaginando que a pobreza e as mazelas da sociedade irão desaparecer apenas com limitações ou expansões de perímetro urbano, ou criação de novas áreas de adensamento de baixa renda ou alta renda.
Devemos tomar consciência e perceber que, quando surge diante de nós um ser humano destituído de seus direitos e valores como cidadão, isso apenas mostra que a cidade adoeceu um pouco mais.
Ignorar essa realidade é tornar o visível invisível, como se isso fosse possível.
A cidade, assim, morre a cada dia.
Planejar a cidade é fazer que ela seja capaz de se reinventar com a participação de todos, desfazendo suas barreiras invisíveis, aquelas que se dão pelo aumento de todo tipo de segregação.
Amazing….such a good site. http://maseducation.org/nokia-n97-efficient-mobile/