A Mulher-Maravilha chegou ao cinema a tempo para o discurso sobre o, para usar a palavra da moda, empoderamento feminino. A heroína marcou minha adolescência em frente à TV, consumindo “enlatados”, como se dizia naquela época, quando a luta das mulheres não era tão diferente da de agora, como por exemplo, pela equiparação salarial. O filme é dirigido por uma mulher, Patty Jenkins, e a escolhida para vestir a fantasia da heroína foi a atriz israelense Gal Gadot, atlética por causa de seus anos no exército.
Confesso que, a princípio, estranhei Gal Gadot. Onde estão os olhos azuis e a pele de porcelana da Miss América Linda Carter? Mas o que posso dizer é que o filme emociona, conta a história direitinho e as cenas de luta não são enjoativas.
Ambientado na Primeira Guerra, a “Grande Guerra”, como eles chamavam na época, mal sabendo que alguns anos depois viria outro conflito, o filme segue o básico: mostra como Diana, criada em uma ilha habitada por amazonas chamada Temiscira, cuja mãe é a rainha (Connie Nielsen) e sua tia a general Antiope (Robin Wright), tem sua rotina abalada com a chegada do piloto norte-americano Steve Trevor (Chris Pine), que tem um acidente de avião e cai justamente ali.
Assim como outros filmes de super-herói, a história já é conhecida por muitos. Diana vai com o piloto para Londres e depois ao front na Bélgica, quando enfrenta os inimigos no melhor estilo dos super-heróis. Em sua ingenuidade, acredita que será capaz de encerrar o conflito. E vale dizer que as cenas das batalhas da Primeira Guerra nunca foram tão divertidas. Mas o grande achado do filme é a interpretação de Gal Gadot, que consegue imprimir uma atitude entre curiosidade e coragem para sua heroína.
Por falar em curiosidade: em nenhum momento do filme a personagem é chamada de “Mulher-Maravilha”. E mais uma: nos créditos finais (não há cenas extras) há uma homenagem aos quadrinistas que já a desenharam e entre eles está o brasileiro Mike Deodato nos anos 1990.
Enquanto a “Mulher-Maravilha” chegava ao cinema, em Cannes outra mulher fazia história. A cineasta norte-americana Sofia Coppola levou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes de 2017, no final de maio, por seu filme “The Beguiled”. Com o prêmio, veio uma estatística surpreendente: nestes 70 anos de festival, apenas uma mulher havia levado o prêmio antes, a russa Yuliya Solntseva, em 1961, por “A Epopeia dos Anos de Fogo”.
O filme de Sofia Coppola, que já nos brindou com pérolas como “Encontros e Desencontros”, é uma adaptação do romance de Thomas Cullinan levado aos cinemas em 1971 por Don Siegel, com o durão Clint Eastwood como protagonista, com o nome de “O Estranho que Nós Amamos”. Na nova versão, o elenco conta com Nicole Kidman, Colin Farrell, Elle Fanning e Kirsten Dunst e a estreia no Brasil está prevista para agosto.
A história se passa na Virgínia (EUA), em 1864, três anos após o início da Guerra Civil. John McBurney (Colin Farrell) é um cabo da União que, ferido em combate, é encontrado em um bosque pela jovem Amy (Oona Laurence). Sua primeira atitude é levá-lo para casa, um internato de mulheres gerenciado por Martha Farnsworth (Nicole Kidman). Lá, elas decidem cuidar dele e, depois da recuperação, entregá-lo às autoridades. Mas as mulheres, cada uma a sua maneira, começam a demonstrar interesses e desejos pelo único homem por ali.
Nicole Kidman, aliás, que foi a homenageada com o prêmio de honra da 70a edição do Festival de Cannes, aproveitou a ocasião para discursar sobre a representatividade feminina no cinema. “Apenas 4% dos filmes foram dirigidos por mulheres em 2016. Isso diz tudo. É algo importante a dizer e que precisa continuar a ser falado. Por sorte, temos Jane Campion e Sofia Coppola aqui. Como mulheres, temos que dar suporte a essas diretoras. Todos dizem que hoje as coisas são diferentes, mas não são. Basta olhar as estatísticas”, afirmou a atriz que, recentemente, estrelou a série do canal de TV HBO “Big Little Lies”, também sobre o universo das mulheres. Na série, que vi e recomendo, sua personagem vive um casamento de abusos e agressões. O desfecho é sensacional.
TRAILER
Mulher-Maravilha
The Beguiled
Um dos melhores filmes da sua filmografia, a mescla entre o roteiro e o elenco dá um bom resultado. Adoro os filmes de ação! Mulher Maravilha é um dos melhores filmes que estreou o ano passado. É uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. Gostaria que vocês vissem pelos os seus próprios olhos, aqui https://br.hbomax.tv/movie/TTL612331/Mulhermaravilha vocês podem encontrar os horários de transmissão, se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam a emoção que sentiram. Eu gosto da forma em que ela esta contada, faz a historia muito mais interessante. Gal Gadot é ótima porque mostrou com perfeição a jornada de uma deusa, uma guerreira e uma mulher. Eu recomendo!