Artigos Recentes

Ilustração: Well Junior (www.umareticencias.com.br)

O estranho caso dos pênis que desapareceram

O fato aconteceu em 1984 em Hainan, uma cidade no sul da China. Milhares de homens e meninos acreditaram que seus pênis estavam sumindo. Numa manhã qualquer, quando eles acordaram, estavam todos extremamente aterrorizados e em estado de pânico. Muitos estavam convictos de que seus pênis estavam encolhendo e desaparecendo. Amigos (os que ainda não estavam “infectados”) vieram em socorro; seus pintos eram então apertados, esticados e puxados para impedir que eles desaparecessem dentro de suas barrigas; amigos batiam neles com chinelos ou pedaços de madeira com a intenção de espantar o espírito maligno que estava roubando seus pintos. Muitos acreditavam que o espírito ladrão chegara pela noite quando o frio tomou conta da cidade. O episódio narrado diz respeito a uma doença psiquiátrica incomum, chamada de koro, ou como descrito pelo Manual de Diagnose e Estatística de Doenças Mentais, …

Leia Mais »
Um protagonista que vive "no mundo da lua"

A comédia da (in)tolerância em “Más Notícias para o Sr. Mars”

O mundo pede tolerância, mas a realidade não deixa dúvidas de que a intolerância ganha territórios. “Más Notícias para o Sr. Mars” (Des nouvelles de la planète Mars), comédia franco-belga com direção de Dominik Moll, é justamente sobre tolerar. Ou até onde se pode ir. O vizinho deixa as sujeiras do cachorrinho em frente da sua casa? O chefe faz assédio moral? Os filhos te ignoram? A ex-mulher é uma folgada? A irmã é mais folgada ainda? Nada afeta o protagonista, Philippe Mars, interpretado com muito carisma pelo ator belga François Damiens. No original, o filme se chama “Notícias do planeta Marte” e faz um trocadilho com o sobrenome do protagonista, “Marte”, um sujeito de 49 anos que prefere viver “no mundo da Lua”. A galeria de situações que o poderiam levar a perder a tolerância é bem construída e, …

Leia Mais »
(Crédito: Hans Glaser/Zentralbibliothek/reprodução)

Adrenalina

Hibernados em lan houses bem distantes entre si, Ahgrr Awa e Sepza Trinchyey-A seguiam a rotina diária, que ora determinava a vitória de um, ora a do outro, indistintamente. Apesar do generoso estoque de bebidas energéticas, barras de chocolate e comprimidos de metanfetaminas que jazia aos pés dos consoles, tinham a inequívoca certeza de que aquele exercício não passava de um pálido arremedo das grandes aventuras que viviam antigamente, antes do decreto de proibição baixado pela Federação do Sistema Galáctico Anphro-12. Infelizmente, por enquanto se viam obrigados a se restringir aos prosaicos videogames terráqueos de combates espaciais. Até para não enferrujarem de vez. E até que conseguissem, durasse o tempo que durasse, restabelecer a tecnologia que os permitiria alcançar os céus de novo, gloriosamente. Os competidores esportivos de combates sub-orbitais irritavam a federação havia muito tempo, já que escancaravam precocemente …

Leia Mais »
A música que encanta (Arquivo Pessoal/André Sarria)

Beethoven para a alma e para o câncer

“Eles dizem que música pode alterar seu comportamento e falar com você. Mas pode carregar uma arma e atirar também?” (Eminem)   De minhas várias idas e vindas ao Brasil, a volta é sempre a parte mais dolorida e por mais que eu faça isso há anos ainda é bastante doído deixar a família para trás. Numa dessas voltas, como de costume, meu irmão me leva até a rodoviária de uma cidade vizinha, onde ali eu pego um ônibus para São Paulo. Teve um dia em que meu sobrinho foi junto e, no meio do caminho, ele vendo que eu mal falava, disse que iria me cantar uma música que iria me animar. A música era Irene, do Rodrigo Amarante, e seus versos: “Saudade, eu te matei de fome. E tarde, eu te enterrei com a mágoa, Se hoje eu já …

Leia Mais »
Crédito: Painel Histórico de Campinas

Olimpiana (ou de quando paguei minha boca)

Nunca foi exatamente raro que alguns olimpianos mais salientes adorassem dar umas escapadinhas para a Terra e aprontar pegadinhas com os incautos humanos. Ares fez isso diversas e sempre catastróficas vezes. Afrodite e Eros já preferiam a esportiva prática de soltar a franga no meio — muitas vezes literalmente “no meio” — dos pobres mortais (Curiosamente, Atena nunca se mostrou tentada a dar tais escapadinhas… ). Até que Zeus, soltando raios pelas ventas, resolveu coibir os excessos e passou a manter a galera divina em rédeas curtas. O que pode ter funcionado razoavelmente para o pessoal da casa, mas em se tratando de um titã… a coisa fica bem mais difícil. É claro que eu não sabia de nada disso antes de esta história começar, propriamente. Findo mais um ato público contra ditadura militar, deixávamos o largo que era palco …

Leia Mais »