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Barbárie GO

Não era uma competição, eles apenas trataram de acelerar a bagaça toda de modo a terminar antes dos outros casais que transavam nas ruínas do velho Teatro de Arena. E havia um bom motivo para a pressa: os nanochips implantados nos hemisférios direitos dos cérebros dos dois alardeavam que havia adversários ao alcance. Os pobres últimos adversários… Não dava para ignorar o sinal. Vestiram-se mal e rapidamente, fecharam os zíperes, ajustaram os Virtuais Glass nos rostos ainda exangues e partiram para a caçada. Afinal, não podiam desperdiçar a disponibilidade de vítimas em potencial, notadamente aquelas vítimas, sem dúvida os remanescentes da última gangue rival a ser destroçada, garantindo a eles e seus parças a hegemonia incontestável no jogo (ao menos na circunscrição da decadente cidade). O pulsar dos nanochips ditado por GPS apontava inequivocamente para o boteco mais próximo, aquele …

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O diretor russo Aleksandr Sokurov mostra como as obras do Louvre foram salvas durante a ocupação nazista em Paris em 1940   Fotos: Divulgação

A viagem de “Francofonia: Louvre Sob Ocupação”

É um desafio assistir “Francofonia: Louvre Sob Ocupação”, novo filme do russo Aleksandr Sokurov. É documentário, é encenação, é um ensaio com imagens em movimento, é uma viagem. O filme exige atenção e seu gênero de classificação, afinal, passa a ter pouca importância diante de tanta informação sobre arte, poder e política, não necessariamente nesta ordem. Desta mistura, o tema principal é rever como as obras do Louvre foram praticamente todas salvas durante a ocupação nazista em Paris, em 1940, ao serem levadas para locais no interior da França. Na época, apenas as estátuas mais pesadas ficaram no Louvre, fundado em 1793 depois de abrigar a realeza desde 1190, e que se tornou o principal museu de arte do mundo. E assim como na contemplação em frente a uma obra de arte, durante o filme podem surgir os mais diversos …

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A trama central está no casal vivido por Carolina Dieckmann e Leonardo Sbaraglia, dirigidos por Marco Dutra

“O Silêncio do Céu” e a dor da violência que não é dita

Imagine ver sua esposa ser estuprada e não conseguir fazer nada. Mario (Leonardo Sbaraglia) fica paralisado ao se deparar com o ato de violência ao voltar para casa mais cedo e demora para reagir e tentar salvar Diana (Carolina Dieckmann), atacada por dois homens. O marido, rodeado por uma vida de fobias, apavora-se diante de sua tamanha covardia e não fala. A mulher, por sua vez, também adota um enigmático silêncio. E o que não é dito e, mais além, as suas consequências, se tornam o tema de “O Silêncio do Céu”, mais um bom filme da safra 2016 que chega agora ao circuito depois de três prêmios do recém-encerrado Festival de Gramado. “O Silêncio do Céu”, que venceu o Prêmio Especial do Júri de Melhor Filme, o Prêmio de Melhor Filme pelo Júri da Crítica e o de Melhor …

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“Comunas” eram casas comunitárias com modo de vida alternativo em Copenhagen na década de 70      Fotos: Divulgação

“A Comunidade” é o fim da festa da nova família

O dinamarquês Thomas Vinterberg morou em uma “comuna” com os pais e outras famílias dos 7 aos 19 anos de idade, em meados dos anos 1970. “Comuna” era o nome das casas comunitárias que tinham virado um modo de vida viável e alternativo em Copenhagen. O cineasta de filmes cultuados, como “A Caça” e “Festa de Família”, resolveu remexer suas lembranças e, em “A Comunidade”, retrata uma sociedade alternativa que tem liberdade, mas também regras e desilusões, apesar da sensação de aconchego que é a ideia de morar rodeado de gente em tempos pós-revolução sexual. O filme lembra um pouco a atmosfera de “Festa de Família”, de 1998, marco criativo do movimento Dogma, que privilegiava a luz e o som natural, entre outras revoluções. Além de mostrar de dentro a experiência de montar uma comunidade, Vinterberg remexe em outras emoções …

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O padre que descobriu o ouro

Todo mundo de Cantão só falava na rifa do padre. Tinha hora em que o zum-zum-zum era um inferno: “vai dar águia, vai dar zebra, vai dar cobra, vai dar vaca”… Os palpites ganhavam volume quando os romeiros passavam em frente à Igreja do Rosário. O que corria na boca miúda era de que a intenção era sensibilizar os santos para quando as bolinhas da loteria rolassem. E como só eles, os santos, poderiam provar a tese, restava ao padre rezar para que a cidade não enlouquecesse de vez. O padre só sabia que tinha inventado a loteria pra igreja, uma loteria como dessas encontradas em tudo que é esquina. Apenas uma rifa, uma loteria mais livre. O padre só queria isso, só isso. A intenção era, com o dinheiro arrecadado, pintar o prédio e, se desse, fazer outras reformas, …

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