Arquivo Mensal

Pantanal, bioma relativamente preservado no Brasil e que merece atenção permanente da sociedade (Foto José Pedro Martins)

Mais um Dia Mundial do Meio Ambiente de denúncias e alguma esperança

No próximo domingo, 5 de junho, será lembrado mais um Dia Mundial do Meio Ambiente e novamente a data será marcada por ações e declarações transitando entre as denúncias de agravamento da situação planetária e algumas esperanças provocadas por iniciativas de grupos e indivíduos, marcadamente de ecologistas, cientistas e outros grupos da sociedade civil. Um resumo do panorama global foi verificado na semana passada, na segunda Assembleia Geral do Meio Ambiente das Nações Unidas, realizada em Nairóbi, no Quênia, e que mereceu escassa cobertura da imprensa internacional. Participaram representantes de 174 países, sendo 120 na esfera de ministros do meio ambiente. O principal tema da assembleia era a atuação das estruturas e sistemas oficiais de meio ambiente em relação aos Objetivos de …

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Uma cidade desenhada pelas crianças, um belo e urgente projeto (Foto José Pedro Martins)

E se as crianças governassem

Um amigo me fala da dificuldade em explicar a crise brasileira, a agonia nossa de cada dia, para suas filhas. Imagino esse dilema multiplicado por milhões. Então faço a proposta: e se invertêssemos a ordem das coisas, se déssemos às crianças o governo? O bom é que já existem experiências maravilhosas assim em vários cantos do planeta e em uma cidade da Argentina em especial. A cidade é Rosário. Mas antes de irmos a Rosário precisamos viajar a Fano, na Itália, terra de Francesco Tonucci. Ele é provavelmente o principal pensador e impulsionador da ideia de uma “Cidade das Crianças”. Tonucci lembra que durante muito tempo a floresta, a mata, foi sinônimo de desconhecido e perigoso. A cidade, ao contrário, …

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A Mariana que eu conheci, em frente à Casa da Câmara e Cadeia, edifício do final do século 18

Pós-Mariana, um Brasil que pode ser outro

Fui uma única vez em Mariana e me deliciei não apenas com as referências históricas, mas também com a comida maravilhosa. Comi poucos frangos caipiras com polenta e couve como aquele, e olha que já repeti esse prato algumas vezes, no próprio território mineiro. Pois essa lembrança idílica, afetiva, não é mais a única que passei a ter da cidade que foi a primeira capital das Minas Gerais e abriga importante acervo barroco. Desde novembro de 2015, para mim e todos mineiros e brasileiros em geral, Mariana virou recordação de descaso, de flagelo ambiental, em função do rompimento da barragem de rejeitos da Samarco. Pós-Mariana, esperemos – e lutemos – para que o Brasil seja outro. Boa parte do avanço do pensamento ecológico tem sido creditada à reação popular às …

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Plaza de Mayo, Buenos Aires, palco de luta histórica pela justiça (Foto José Pedro Martins)

Para as mães que no peito guardam rouxinóis

No seu coração cabem todos os rouxinóis, como aqueles que morreram para colorir rosas com espinhos no peito. Mães que conhecem a geografia da tristeza e da opressão. Nos quatro cantos do mundo, grupos delas lutam pelos direitos humanos mais básicos. Elas querem garantir vida longa e farta às novas gerações ou apenas enterrar os seus filhos. Um dos mais conhecidos é o das Madres de Plaza de Mayo. Com a alma sangrando, desde o dia 30 de abril de 1977 mães de desaparecidos políticos pela ditadura militar, implantada desde um ano antes, passaram a ir todas as quintas-feiras à Praça de Maio, em frente à sede do governo argentino, em Buenos Aires, reivindicar notícias sobre os filhos. As Madres de Plaza …

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A palavra, maior patrimônio cultural da humanidade ameaçado?

A morte da palavra é a morte anunciada da sociedade

Se eu tivesse que apontar qual seria a mais grave das crises simultâneas que estamos presenciando – no Brasil e no mundo – eu diria que é a morte da palavra. Eu entendo que a palavra está morrendo e, se o óbito for confirmado, teremos que reinventar tudo o que conhecemos sobre o que é viver em sociedade, produzir cultura e habitar o meio ambiente. Para mim, são três os principais fatores que contribuem para a agonizante e paulatina morte da palavra, que já foi tantas vezes impressa em papiros ou livros, escrita com giz, lápis ou máquina de datilografia, como aquela simples em que eu aprendi, em doces e despreocupadas tardes na minha Itamogi, com a querida Tia Nenê. Em primeiro …

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