“Campinas do Matto Grosso – Da Febre Amarela à Cólera dos Rios”, publicado em 1997, é o meu livro de número 11. Nele, faço um resgate da história ambiental de Campinas, à luz dos grandes temas ecológicos emergentes. A luta contra a poluição das águas, do ar, a sempre desafiadora questão do resíduos e a reação da sociedade, geralmente com a fundamental participação dos cientistas.
A referência à febre amarela é inevitável, por ter sido a epidemia uma grande tragédia para a cidade e que comoveu o Brasil – jornais do Rio de Janeiro, então capital brasileira, promoveram campanha pelas vítimas da doença em Campinas, daí a Praça Imprensa Fluminense, nome oficial da praça do Centro de Convivência Cultural.
Neste parágrafo, um resumo das origens daquela catástrofe: “As florestas tropicais, assinalam esses especialistas, são habitat original de diversas formas de vida desconhecidas para o ser humano. Quando ocorre a aproximação dessas forma de vida dos humanos, em função da devastação ambiental e da destruição de seu habitat, esses seres desconhecidos procuram outros hospedeiros – os macacos no caso do Ebola, e daí para os humanos que têm contato com os primatas, em uma longa cadeia de horror”. Infelizmente a destruição das matas continuou em escala mundial e, tudo indica, o mesmo processo pode estar na origem da pandemia de Covid-19.
“Campinas do Matto Grosso” tem o prefácio de Paulo Affonso Leme Machado, um dos maiores nomes mundiais do Direito Ambiental, com quem aprendi muito quando ainda era estudante e foca no jornalismo na primeira metade da década de 1980 em Piracicaba, onde ele era promotor público. Uma honra!