Sétimo livro com o meu nome: mídia em xeque
Sétimo livro com o meu nome: mídia em xeque

Análise da mídia em meu sétimo livro

Os meios de comunicação contribuem para a construção de uma sociedade justa, pacífica e de respeito aos recursos naturais, ou pelo contrário reforçam a sociedade machista, violenta e destruidora do meio ambiente? E os jornalistas, têm algum poder para de fato fazer algo transformador?

Estas foram basicamente as duas perguntas que procurei responder no artigo “Meios de comunicação, a paz e o meio ambiente”, incluído no livro “Journalism for World Peace and Development”, publicado em 1993 por Editions Universitaires Fribourg, Suisse, pela UCIP e Instituto de Jornalismo e Comunicações Sociais da Universidade de Fribourg. É o sétimo livro em que aparece o meu nome, o primeiro no exterior.

Sétimo livro com o meu nome: mídia em xeque
Sétimo livro com o meu nome: mídia em xeque

O artigo na realidade é a reprodução da conferência que fiz no ano anterior, especificamente setembro de 1992, em Campos do Jordão, durante o encontro anual da Rede Internacional de Jovens Jornalistas, ligada à União Católica Internacional de Imprensa (UCIP). Foi o ano da Eco-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, que eu cobri para o jornal “Correio Popular”.

Naquele momento, estava claro para mim que os meios de comunicação social (MCS) mais contribuíam para uma sociedade contrária aos princípios vitais do que para uma sociedade de respeito á vida. Isso em escala global e no Brasil não era diferente. Quanto aos jornalistas, sim, eu já entendia que, apesar daquele cenário dos MCS, eles podiam contribuir para uma outra sociedade, desde que respeitassem sua principal ferramenta, as palavras.

Jornalistas de vários países participaram
Jornalistas de vários países participaram

Foi há 30 anos, não havia Internet. Hoje a situação é muito diferente. Apesar de uma grave crise na profissão, há outras possibilidades de intervenção, por exemplo em blogs e sites independentes. Os grandes MCS continuam geralmente defendendo o status quo, mas também neles há muito mais espaço para jornalistas comprometidos atuarem na defesa da vida.

O certo é que a luta continua e é gigantesca, pois nesses 30 anos a situação global piorou muito. Agora é sobrevivência geral em jogo. Procurei contribuir com alguma reflexão nesse texto na minha estreia em livro publicado no exterior, no caso na Suíça, sede da UCIP, atual Organização Cristã Internacional da Mídia (ICOM).

Abertura de meu artigo, com versos de Mario Benedetti
Abertura de meu artigo, com versos de Mario Benedetti

A poesia de Mario Benedetti soa como profética, com relação por exemplo às fake news, que hoje destroem as palavras e o seu significado.


No evento em Campos do Jordão, recebi o meu primeiro prêmio em jornalismo, o International Media Awards, da UCIP, que também ganharia em 1995. O Brasil vivia um grande movimento contra o presidente Fernando Collor de Mello e das arquibancadas do ginásio que sediou o evento eu e minha amiga nos manifestamos, no momento em que Herbert de Souza, o Betinho, discursava. Os representantes estrangeiros depois vieram nos perguntar a razão da manifestação. Depois encontramos o Betinho no jantar. Ele já esboçava o grande movimento que seria a Ação da Cidadania contra a Fome.

Sobre José Pedro Soares Martins

Mineiro nascido com gosto de café e pão de queijo, ama escrever pois lhe encantam os labirintos, os segredos e o fascínio da vida traduzidos em letras.

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