“História e meio ambiente – O impacto da expansão europeia” é o livro de número 16 com o meu nome. Foi publicado pelo Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA), sediado em Funchal, na Ilha da Madeira. São vários autores e o meu texto “Portugal e a devastação ecológica no Brasil” relata um pouco da trajetória de destruição ambiental após a chegada dos portugueses, em 1500. (A foto em destaque é do famoso quadro A primeira missa no Brasil, de 1860, pintado por Victor Meirelles)
Conhecer a Ilha da Madeira foi uma de minhas maiores descobertas. Um lugar deslumbrante em termos naturais, não sendo à toa que é tão procurado pelos turistas. Mas acima de tudo muita história.
A Madeira foi o laboratório de cultivo da cana, antes de sua “exportação” para o Brasil e outros países sob domínio lusitano. Aquele paraíso natural foi durante um bom tempo considerado como o verdadeiro Éden na Terra.
E caminhar pelas ruas de Funchal…Quanta semelhança com várias cidades brasileiras. Na ida do aeroporto para o hotel, estava tocando música sertaneja no rádio do táxi!
O CEHA era dirigido na época por José Pereira da Costa, um dos grandes nomes da historiografia portuguesa (foi conservador do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, principal fonte de documentos da história lusitana). Tão generoso, ele fez questão de me passar uma contribuição para organização sediada em Campinas, depois que relatei a sua luta pela infância. Faleceu em 2010, aos 88 anos.
E Alberto Vieira, outro nome fundamental na história da Madeira e das ilhas, o substituto natural de José Pereira da Costa. Infelizmente, Vieira faleceu em 2019.
Os dois me influenciaram muito a me aprofundar na pesquisa histórica e, depois dos dois encontros que participei em Funchal, de fato vieram vários livros meus sobre questões históricas. Desses momentos inesquecíveis e transformadores em nossas vidas.