“PCNs – Novo perigo nuclear” é o meu quarto livro, lançado em 1992. Ano da Eco-92 ou Rio-92, como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992. Maior e mais importante evento já realizado sobre o tema e que ditou os rumos dos debates sobre clima, biodiversidade e outros ainda em curso. Tive a oportunidade de cobrir a Eco-92 pelo Correio Popular, de Campinas, como mostra a credencial acima.
Pelo Correio, publiquei a partir de setembro daquele ano uma série de reportagens, sobre acordos secretos entre a Marinha, a CESP e a Unicamp, envolvendo estudos de viabilidade para construção de Pequenas Centrais Nucleares (PCNs) no Brasil. Era parte do chamado Programa Nuclear Paralelo desenvolvido pelos militares.
A série teve muita repercussão em todo Brasil, participei de vários debates a respeito e no livro, lançado pela Booket Editora, pude avançar na discussão, relacionada às alternativas energéticas para o país.
A região de Campinas vivia na época a polêmica do projeto de construção de uma usina termelétrica em Paulínia, usando o resíduo ultraviscoso do petróleo processado na Replan. Cientistas da Unicamp alertavam para o risco de incremento da poluição, por exemplo com a chuva ácida.
Na Eco-92, em entrevista coletiva para a imprensa internacional, eu perguntei ao governador Luiz Antonio Fleury se não era uma contradição o que o governo estava falando na conferência de proteção ambiental, ao mesmo tempo que mantinha o projeto de Paulinia. Fleury anunciou então naquele momento o cancelamento do projeto, o que realmente aconteceu. Claro, fiquei muito feliz com o resultado!
A região estava então “madura” para o debate energético e o livro “PCNs – Novo perigo nuclear” foi lançado neste contexto. Um livro de formato de bolso, bem simples, que me dá muito orgulho. (A questão da termelétrica Paulínia foi abordada em teses acadêmicas como a de Cristiane Peres Bergamini Marques, de mestrado na Engenharia Mecânica da Unicamp: “O setor elétrico brasileiro e a mídia impressa (jornais): um estudo da participação da opinião pública na definição de empreendimentos energéticos”)