Educação é o tema da Campanha da Fraternidade de 2022, que termina nesta semana. Como neto, filho e sobrinho de educadores, este é um dos assuntos que mais me tocam. Muito terá que ser feito, ou melhor, muito mais terá que ser feito pela educação brasileira no pós-pandemia, que foi devastadora para o sistema de ensino e aprendizagem.
Mas é possível, sim, recuperar e dar um novo fôlego para o setor. Como consultor do Instituto Arcor Brasil, Fundo Juntos pela Educação, Fundação FEAC, Fundação Educar DPaschoal e Compromisso Campinas pela Educação, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o trabalho de mais de 200 escolas públicas em vários estados brasileiros (e também na Argentina).
Foi maravilhoso verificar como, geralmente com poucos recursos, as professoras têm feito verdadeiras revoluções em suas escolas. Escolas que às vezes funcionam em pequenos cômodos improvisados. O potencial transformador existente nas escolas é impressionante. (Na foto em destaque, Escola Municipal José de Moura, no Distrito rural de Cachoeira, em Maranguape/CE, vértice de uma ativa comunidade de aprendizagem.)
Nesse sentido ficou claro para mim como Darcy Ribeiro estava certo ao afirmar que “a crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”. Os setores dominantes sabem o poder da educação e fazem tudo para que ela não seja implementada como poderia ser. Mas as professoras e os alunos resistem!
Também tive a oportunidade de escrever alguns livros sobre educação. Como “Escolas que crescem – A experiência do Programa Minha Escola Cresce na Argentina e Brasil”. É o meu livro 57 e foi publicado em 2009, pelo selo Komedi. O livro é um relato das 14 edições do Programa Minha Escola Cresce, uma iniciativa do Grupo Arcor na Argentina e Brasil, aqui desenvolvida pelo Instituto Arcor Brasil. Centenas de escolas, de várias províncias argentinas e estados brasileiros beneficiados por essa ação que representou um tributo à escola pública.
Bilíngue, o livro não deixa de ser uma celebração da verdadeira integração regional, que passa pela educação. Nunca vou me esquecer da dedicação das professoras trabalhando em condições materialmente nada favoráveis por todo Brasil e sempre ficará comigo a imagem daquela escola de zona rural na Argentina, que tinha apenas uma diretora e quatro alunos. Como me receberam, como me trataram bem! Muito orgulho dessa trajetória!
Ah, sim, ficou evidente para mim que a educação não se limita aos muros da escola. Ela será sempre mais transformadora, quanto mais for assumida por toda a comunidade local, por uma rede educativa comunitária. Comunidades educadoras, a chave para um país desenvolvido e justo.
Outra constatação é com relação ao papel protagonista, empoderador, de algumas organizações privadas que assumiram a educação como uma causa concreta, um compromisso real com suas comunidades. Casos justamente do Instituto Arcor Brasil (com relação às cidades e regiões onde existem unidades do grupo Arcor), Fundação FEAC e Fundação Educar DPaschoal, em Campinas, e Fundação Romi, em Santa Bárbara D’Oeste. São tesouros para suas comunidades.