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"Manifestação na Paulista" e "Contra o aumento da tarifa de ônibus em Goiânia", de Jeferson Limas, na 13ª Bienal Naïfs do Brasil, no SESC-Piracicaba: a cultura popular traduzindo a sociedade contemporânea (Foto José Pedro Martins)

Pensamento complexo frente a confusão do mundo (e do Brasil)

Está uma baita confusão, ninguém entende mais nada. O vociferante Trump ganha nos Estados Unidos e chama conservadores de todos os tipos para compor o governo, agregando mais decibéis de incerteza à perplexidade global. Atentado (mais um) em Berlim contra o Natal, indiferença mundial diante da tragédia (mais uma) em Aleppo. E aqui, na província, uma crise política e institucional que pode nos levar ao buraco sem fim. Quer mais? Definitivamente as categorias de reflexão, diálogo e ideologia cristalizadas por séculos de prática não dão mais conta de ao menos começar a entender o que se passa em escala planetária. Aqueles esquemas quadradinhos, fechados em si mesmos, são impotentes para o necessário entendimento para a ação. Aí vem o perigo …

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Em junho de 2013, já poderia ter ocorrido um maior protagonismo da sociedade civil (Foto Martinho Caires)

Com a implosão do sistema partidário, sociedade civil precisa resgatar protagonismo

Foi só a primeira delação e aconteceu esse barulho todo. Faltam mais de 70. Vários analistas não prognosticam um futuro positivo para o governo de Michel Temer. O certo é que a crise institucional é para lá de grave. Os setores mais à esquerda culpam o impeachment, que teria provocado todo esse desarranjo que estamos presenciando. O resultado imediato é que o sistema partidário brasileiro implodiu. Desmoronou, ruiu. Mais do que nunca é a hora da sociedade civil acelerar o seu protagonismo, como já aconteceu em outros momentos críticos da nossa história nada estável. Foi assim durante o regime militar. Organizações como a ABI, SBPC e até CNBB (depois do apoio inicial da Igreja ao golpe) desempenharam um papel fundamental …

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City Banda em 2016: os blocos fizeram a festa com o cancelamento do destile das escolas em Campinas, já por falta de dinheiro (Foto Martinho Caires)

Nunca o Carnaval vai dizer tanto sobre a alma do Brasil

O Carnaval de 2017 será muito especial. O Carnaval da crise, do arrocho, do fundo do poço, ou qualquer outro adjetivo ou substantivo que possa espelhar a grave situação do país. Já se fala em grande diminuição das verbas publicitárias que alimentavam escolas de samba, blocos e outras instituições carnavalescas. Como o brasileiro vai reagir? Dinheiro, ou a falta dele, nunca foi problema quando o assunto é Carnaval, mas no ano que vem outros componentes entrarão em cena. O certo é que nunca na história do Brasil o Carnaval, síntese da identidade nacional, dirá tanto sobre a alma de seu povo. O Carnaval sempre foi o sinônimo supremo da alegria, o momento de suspender as convenções, de superar as barreiras …

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Exposição histórica na Biblioteca Pública Municipal de Campinas, que ajudou a derrubar mitos sobre a África através dos quadrinhos (Foto Martinho Caires)

Biblioteca Municipal de Campinas é território permanente do gibi e do humor gráfico

Muita gente, como eu, teve seus primeiros passos no mundo da leitura através dos gibis. Como eu adorava receber as aventuras do Tarzan, de “caubói” ou da Turma da Mônica, de meus pais ou de meus padrinhos! E de vez em quando eu ia sozinho, de Itamogi a São Sebastião do Paraíso, comprar algum exemplar novo. Com alguma licença, posso até incluir as fotonovelas nessa etapa de preparação para os encantos da literatura. Não é por acaso, então, que acho uma maravilha, uma preciosidade, o trabalho muitas vezes silencioso, sem a repercussão que mereceria, mas permanente e sempre de alta qualidade, que vem sendo feito a favor dos quadrinhos, do cartunismo e do humor gráfico em geral, pela Biblioteca Pública …

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Campinas, 20 de junho de 2013: movimento de três anos atrás foi um aviso (Foto Adriano Rosa)

Trump, Doria, Crivella: a implosão dos partidos e a crise da democracia

O recado foi dado e é universal. Aconteceu aqui, nos Estados Unidos e há muito ocorre na Europa. As vitórias de Trump (contra as poderosas máquinas republicana e democrata), João Doria (contra os caciques do PSDB, exceto o padrinho Alckmin) e Marcelo Crivella (reafirmando o projeto de poder no segmento neopentecostal) significam, entre outras coisas, a implosão dos partidos como vêm sendo historicamente constituídos e reiteram a projeção dos candidatos-mídia, feitos de acordo com o figurino do espetáculo, das bravatas (ou do bom-mocismo) e do não-diálogo. A democracia em crise e uma mensagem muito clara às oligarquias partidárias, à direita e à esquerda: se não houver renovação, aproximação real com os anseios populares, mais e mais “não-políticos” serão levados aos palácios, municipais, estaduais e federais. No Brasil …

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