Esperar é sempre um pé no saco. Na fila de espera de visitantes num hospital, então, sem comentários. Ainda mais porque estávamos num grupo de 16: pela regra, só podiam ser admitidos nos quartos dos pacientes dois visitantes de cada vez, por um tempinho de meia hora. Porém, dada a importância histórica e afetiva de quem íamos visitar, o jeito foi sossegar o traseiro nas torturantes cadeiras plásticas, engolir as notícias velhas das revistas dispostas e segurar a onda. Quando finalmente chegou a minha vez, entrei na companhia de uma mulher ruiva de meia idade a qual nunca vira antes. Eu já esperava pelo pior, mas confesso que estremeci ante a cara encovada e o corpo esquelético do velho estirado na cama, ligado a uma infinidade de aparelhos. À cabeceira do leito estavam duas mulheres, que pela semelhança física com …
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