Elas chegaram em bando, com seus olhos puxados, ocuparam o centro da sala de cinema, abriram suas bolsas e compartilharam dorayakis, doce japonês que tem sabor de infância. “Está servida?” As duas pequenas panquecas recheadas com pasta de feijão estalaram na primeira mordida. Como não me lembrar das festinhas dos amiguinhos da escola? Venho de uma família de imigrantes italianos, mas tive a influência dos japoneses que encontraram sua chance em Osvaldo Cruz, no oeste do interior de São Paulo. E dorayakis eram para dias de festa. Pelo menos para mim, a garota do “cabelo de caracol”, como diziam. No filme que estava para começar, o doce seria o protagonista. Logo as senhorinhas trataram de se recompor, atentas aos avisos antes da sessão. “Sabor da Vida”, da diretora japonesa Naomi Kawase, começa logo com as cerejeiras em flor, símbolo …
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