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"Sabor da vida", da diretora japonesa Naomi Kawase, destaca três personagens que, cada um ao seu modo, enfrentam a exclusão social   Fotos: Divulgação

O sabor da vida em um doce de feijão

  Elas chegaram em bando, com seus olhos puxados, ocuparam o centro da sala de cinema, abriram suas bolsas e compartilharam dorayakis, doce japonês que tem sabor de infância. “Está servida?” As duas pequenas panquecas recheadas com pasta de feijão estalaram na primeira mordida. Como não me lembrar das festinhas dos amiguinhos da escola? Venho de uma família de imigrantes italianos, mas tive a influência dos japoneses que encontraram sua chance em Osvaldo Cruz, no oeste do interior de São Paulo. E dorayakis eram para dias de festa. Pelo menos para mim, a garota do “cabelo de caracol”, como diziam. No filme que estava para começar, o doce seria o protagonista. Logo as senhorinhas trataram de se recompor, atentas aos avisos antes da sessão. “Sabor da Vida”, da diretora japonesa Naomi Kawase, começa logo com as cerejeiras em flor, símbolo …

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Marta Avancini, com sua filha Zoe: "Cada vez que vejo uma pessoa com Down trabalhando, ativa e, sobretudo, à vontade, me desperta uma esperança de que com minha filha de 9 anos, que também tem síndrome de Down, também será assim"   Foto: Adriano Rossa

Inclusão, uma questão de humanidade

Perdi minha carteira de motorista e tive de ir às pressas ao Poupatempo do Campinas Shopping para resolver a situação. Segunda-feira de manhã, uma semana inteira pela frente… Era preciso resolver com urgência! Entregues os documentos no guichê de atendimento do Detran, saí para dar uma volta e tomar um café, enquanto aguardava a liberação da carteira de motorista. Entro numa loja de roupas para passar o tempo e ouço: “Bem-vinda! Você conhece a nossa loja? Já tem nosso cartão?”. Olho à direita e enxergo um rapaz, um jovem com síndrome de Down, na recepção da loja. Uma alegria aquece o peito e um sorriso de esperança brota nos lábios. Sim, cada vez que vejo uma pessoa com Down trabalhando, ativa e, sobretudo, à vontade, me desperta uma esperança de que com minha filha de 9 anos, que também tem …

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