Eu não saberia dizer porque gostava dele, a ponto de arriscar minha vida pra salvar a dele. Apesar da fuga desesperada pelas vielas pútridas da cidade escura, o enigma subia aos ares desesperançados e se condensava feito uma nuvem densa trovejante de não respostas. Aliás, nem saberia dizer porque o trato de “ele”: só uma precária extrapolação com base na avaliação do visual desagradável do corpo desengonçado, tão magro que deixava que algo semelhante a ossos dançasse sinistra e translucidamente sob a pele doentiamente azulada, me animava a pensar que seria masculino. O mais provável é que fosse assexuado ou hermafrodita ou o que quer que fosse. Mais provável, mesmo, dado a forma do seu nascimento, do qual fui testemunha. “Ele” era um legítimo “filho do mofo azul”, aquela estranha manifestação que dera pra infestar cada centímetro quadrado de concreto …
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