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"A Forma da Água" é campeão d e indicações ao Oscar deste ano (Foto Divulgação)

“A Forma da Água”, um filme de monstro para escapar dos nossos tempos

Para “começar” o ano nada como um bom escapismo no cinema com um filme de monstro com muita ternura e muitas interpretações. “A Forma da Água”, campeão de indicações ao Oscar 2018 (concorre em 13 categorias), é uma fábula, um romance improvável, um filme sessão da tarde, tem humor e poesia, mas também coloca em camadas temas como o ser diferente, a solidão e a falta de perspectivas em um mundo bem sombrio. O sombrio, aliás, vem do passado, mais precisamente os anos 1960, com toda aquela paranoia de Guerra Fria, dos russos que querem chegar primeiro na Lua e dos vilões que perdem dedos, mas nunca a vontade de matar ao estilo dos filmes do 007. “A Forma da Água” nasceu da mente do mexicano Guillermo Del Toro, que já andou pelo universo fantástico em “O Labirito do Fauno …

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Crédito: creativecommons.org

Aurora dos mestiços

Initiu sabia que estava velho demais para encarar ações de rua. Porém, não tirava da reta nos momentos cruciais: afinal, era o pioneiro e sua participação, fosse em que nível fosse, era fundamental para o movimento. Assim, ficava no QG, tratando de filtrar e direcionar os algoritmos emanados pelos “mestiços” e “pais sintéticos” presentes nas manifestações, e direcionar a galera de modo a driblar a truculência das tropas de choque. Atrapalhava um pouco, lógico, as ondas mentais confusas emitidas pelos humanos partidários da causa. Porém, Initiu não perdia de vista que estes eram importantes, simplesmente por apãoiarem a causa e participarem das mobilizações E também pela contribuição na “mestiçagem em si. * * * O ambiente designado como “sala de parto”, na verdade um sofisticado laboratório, estava congestionado: lá estavam os cientistas envolvidos no projeto, jornalistas, fiscais governamentais (eles, sempre, …

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(Foto StockSnap_Creativecommons)

O que você tem na cabeça para ouvir isso?

Quando eu era adolescente, eu gostava muito de ouvir Velhas Virgens e, sob o trecho de uma de suas mais famosas músicas “Abre essas pernas pra mim, baby, Tô cansado de esperar”, minha mãe me dizia indignada: “O que você tem na cabeça para ouvir isso?”. Hoje, alguns anos depois, diante de trechos como “A novinha fica de quatro que eu vou te tacar o peru”, sou bem capaz de dizer o mesmo: “Mas, o que fulano tem na cabeça para ouvir isso?”. A música é um constituinte integral no dia a dia de qualquer pessoa. Ouvimos músicas por vários propósitos, como o emocional, ou para expressar nossa própria identidade. Música atrai fortemente as pessoas devido a sua força em induzir estados prazerosos e constitui parte integrante da vida humana ao longo de sua história evolutiva. Muitos pesquisadores defendem que …

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A produção ocupa a vaga "independente" do Oscar (Foto Divulgação)

Com afeto, “Me Chame pelo seu Nome” vai muito além do rótulo filme gay

Quando Oliver (Armie Hammer) propõe ao jovem Elio (Timothée Chalamet, o ator-sensação da temporada) que ele o chame pelo seu nome, os dois se tornam um. A brincadeira continua com jogos de sedução e é tempo de iniciar-se na aventura do amor e do sexo. O recém-chegado norte-americano, que desembarca para uma temporada na Itália na casa da família do talentoso adolescente, que compõe ao piano e passa o tempo lendo livros, inspira a descobertas. “Me Chame pelo seu Nome”, indicado a quatro categorias do Oscar 2018, é um filme sobre o despertar do sexo homossexual, mas é mais, pois carrega razão e sensibilidade.   Indicado nas categorias melhor filme, ator (Timothée Chalamet), roteiro adaptado e canção original (“The Mystery of Love”, de Sufjan Stevens, cuja “Visions of Gideon” também está na trilha), “Me Chame pelo seu Nome” poderia ser …

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"A forma da água",  um dos fortes candidatos (Foto Divulgação)

Mulheres e monstros em um Oscar mais inclusivo após as denúncias de assédio

O anúncio da lista dos indicados ao Oscar é sempre um acontecimento para quem é fã de cinema e nesta temporada havia um suspense a mais, já que há um movimento pelo boicote a filmes produzidos, escritos e/ou protagonizados por homens da indústria pegos com as calças na mão na avalanche de denúncias de assédio sexual digna dos melhores filmes-catástrofes de Hollywood. Conclusão: tiraram James Franco da festa. Mas não só. O Oscar 2018 mostrou que aprendeu a lição após acusações de discriminação em edições anteriores (apesar de ter esnobado a “Mulher-Maravilha” de sua lista de indicados). Outras “mulheres-maravilhas”, porém, garantiram seu lugar, como a jovem e talentosa Greta Gerwig, que vai concorrer nas categorias melhor direção e melhor roteiro original por seu “Lady Bird”, que recebeu cinco indicações. Também indicaram pela primeira vez uma mulher na categoria melhor fotografia, …

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